segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

APÓS RECITAR MEU POEMA EDGAR KAYCE



Após recitar meu poema Edgar Kayce,
Aspásia Camargo me chamou de mestre
naquele restaurante do Jardim Botânico;
a principio, abri as escotilhas do ego
para beber abril;
depois com a cabeça nas mãos
lembrei do menino escorraçado
pela parentalha porque aspirava tornar-se poeta

Após duzentas décadas de arregimentações
temporais e intemporais,
de folhas e mais folhas de rosto,
de pergaminhos escritos nos tecidos
arrancados do fundo do estomago,
corre o poeta pela terras pretas
do alto falante-cidade

Abro as escotilhas do ego para ingerir abril,
agora, ao lado do irmão poeta Zeca Silveira,
parceiro de tantas construções,
de tantas curvas e vôos progressivos
pelo leito do embrião miragem

(edu planchêz)

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