sábado, 21 de fevereiro de 2009

Esse poema começou com as formigas



As cortadeiras levam retalhos de folhas
e pedaços de bichos
por uma fabulosa trilha que inclui
a parte inferior do parapeito
da entrada do edifício em que moro
e as avenidas que nos levam ao Carnaval
dos Carnavais


E eu acordo no sábado de manhã
(depois da sexta carnavalesca)
pensando em sexo, louco para ver
toda a minha humanidade afundar-se
em tua acidez

Enfiado na alma de um touro,
vertido em Minotauro
jogo xadrez comigo mesmo

Subo com o Rei e o Cavalo na Torre da Rainha
gravida de labaredas


Se esse poema começou com as formigas,
terminará com elas

(edu planchêz)

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