sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

cabelos encaracolados das estrelas subversivas


por mais estranho q pareça
um novo edu planchêz
rasga meu ventre,
rasga o ventre dos que o rodeiam

é a morte vida fazendo suas artes
do crânio ao calcanhar,
deixando esse poeta suado mexido,
meio sei lá o que olhando
para os dias da infância,
para o dias além velhice

não sabe se chora
não sabe se ri,
cava um buraco na parede do poço,
na parede do céu...
e entra, ou não entra...

Os que aqui acompanham esses pensares
escrevem comigo essa nova nebulosa,
come esse pão de centeio,
essa torta de espargos

Escrevo esse poema na pele do estômago,
nas veias que ligam o pâncreas ao coração

Quisera ser esse ser iluminado
que achas que sou...
longe disso me sinto tão pequeno,
tão mínimo,
menor que você, menor que a noite

Inseguro, "mais banal que um pardal"
Ouço antigas canções
para ver se encontro sentido
de continuar cortando o tempo
com contas de vidro,
de esticar fitas de papel-plasma
sobre o semêm que derramo
nos cabelos encaracolados
das estrelas subversivas


(edu planchêz)

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