domingo, 22 de fevereiro de 2009

O navio e o olho de Shiva



Fábulas de La Fontaine
entram pelas janelas saem pelas portas,
escorregam nas folhas do caderno,
estraçalham as lentes turvas
A formiga e a cigarra sentam
para escreverem comigo esses inverossímeis

Já não importa quem vive ou viveu
nos armazéns dessas histórias,
o que importar é estar atento,
pronto para garfar a carne e a batata,
o navio e o olho de Shiva


Se a Moura torta trocar os segredos dos cadeados
troco de roupas caminhando
sobre as águas, sobre os trilhos,
diante da moça da foto,
diante de Artur Rubinstein e seu piano
dedilhando Nocturnes número um em si bemol menor
do irmão Chopin...
para tocar na harmonia,
na harmonia de meu corpo um pouco resfriado

(edu planchêz)

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