segunda-feira, 20 de julho de 2009

nesse ano de tantas uvas


(à Natália Parreira)



Modesta caverna é essa,
a caverna que habito
com meus filhos inspirações
Se agora tenho um travesseiro junto ao peito
é para nos proteger
dos raios nocivos
dessa engrenagem virtual
e das vespas que apenas nós vemos

Redescobrindo o pão, o trigo,
a trilha das colinas,
os furtivos gatos, os bosques amados,
os colibrís da infância

Piso no planeta, o planeta pisa em mim...
minha atmosfera
e a atmosfera dos dias de vento

Meus queridos,
calcemos as luvas das fábulas de Lafontaine,
risquemos mais que fósforos para aquecer
a pequena menina
de Hans Christian Andersen,
nessa noite calma,
nesse ano de tantas uvas

(Edu Planchêz)