sexta-feira, 21 de agosto de 2009

DESTRANCO-ME



Tiro a tampa do vidro,
destranco-me,
borboletas imperiais
vão saindo aos montes,
estavam camufladas
nas gavetas do fígado,
nos tendões do átrio superior

As voadoras segredam-me:
estiveram com Emily Dickison
num de meus delírios...
no instante
em que escrevia a quadrinha
que fala das borboletas do Brasil

O céu é uma borboleta
à envolver a terra com asas de nuvens

Perante as leis
da metamorfose somos todos borboletas
se revirando em panelas alquímicas

(edu planchêz)

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