sábado, 7 de novembro de 2009

Observo meu corpo e a sombra de meu corpo




Com o sola do pé esquerdo virada para o alto
miro o que está no fundo de cada letra
que compõe meu nome
e o nome de todas as coisas

Penso que motivos tenho para isso não fazer
e não encontro,
e nem tenho motivos
para encontrar motivos

Observo meu corpo e a sombra de meu corpo,
observo a sombra do corpo dessa casa,
observo as sombras

A poesia das sombras cobre o que um dia foi sol
A poesia das sombras cobre o rio vermelho

Com a palma da mão direita virada para baixo
miro o que se encontra guardado
na majestade verão,
nas visceras solares que penetram
as caras de nossa casa durante
a extensa noite

(edu planchêz)

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