quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

AMOR(to).












Amor,
verás que o amor morará debaixo de tuas saias
quando de tua febril entranha palpitar
teus pêlos banhados a línguas desconhecidas;
verás o sabor do teu sexo chorar
o líquido do fim após todos os sangues derramados.
Saberás então que o amor fere como o inferno
e cava paraísos com o toque...
Ah! O amor nasce
nos momentos desconhecidos pelo pudor,
fecunda no suor das mãos gotejantes,
geme na escuridão.
Teu amor chegará por dentro,
rasgando teus caminhos nunca atravessados,
mascará tua meia-noite,
devorará a carne que protege a tua alma.
O amor lhe apresentará a solidão,
os lençóis e a louça do jantar;
o amor cobrará o aluguel,
a comida e a disciplina; ligará o controle,
queimará no tédio, roerá as unhas.
O amor casará com a rotina,
com os outros amores e com a bebida.
O amor, o ARmorto, o amor,
o AMORto, o amor, o ARmorto, o amor, o AMOR(to)!
Meu bem, preste atenção:
O “Amor” finda na face todo ódio escondido
pela monotonia de amar sem poesia.

(Vanessa Alves)

Eu, todo ódio amável, toda Antítese Sinonimada. Seduzida por essa contradição composta de veneno anti-mesmice.

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