quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

é a terceira visão que tenho nessa noite







Nasce uma estrela,
e essa estrela sou eu, é você,
é ninguém,
é a terceira visão que tenho nessa noite
ao sentir as alvuras do ar do Atlântico sul
se enroscar pelos cantos da pele

Vejo Tavinho Paes riscar o chão três vezes
com seu punhal de zinco e diamantes,
nossas vozes e as vozes
de nossos mestres se alternando
num calidoscópio infinito
misturadas as vozes
dos espíritos incendiários
da natureza oculta

Numa nuvem, num cavalo azul e branco
chegam os cavalheiros da tempestade,
e chega o rei lagarto,
e chega o poeta gaulês que recitava
sangrias nos microfones da BBC de Londres

Num circulo de fogo, num circulo de poetas,
nos braços verdes de Baudelaire,
nas pernas muito brancas de madame Florbela...

É a noite da entrega satórica,
talvez da ofença ao sol,
talvez da faca de ponta furar o chão
dos nevoeiros

eu vejo o rossio rosado da futura manhã
que está além de todas as manhãs
e me jogo no mato das certezas
sem medo de errar o caminho
do mundo dos mundos


( edu planchêz)

2 comentários:

Juliana Porto disse...

Tenho apreço pelo Tavinho e por você.

beijos

Nuvens de Sons disse...

Tavinho é um homem apaixonante, adoro suas poesias, suas perfomances...
Linda as palavras Edu.
Beijos amado poeta