segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A VERDADE DAS VERDADES (FLECHADO DE ESTRELAS)









me imagino só contando os elos das correntes
que são essas noites feitas de metálico vento,
de caras frias voejando em espiral
em torno de nossas mentes famintas...
eu tenho as minhas próprias correntes,
sei bem em que partes
de meus pés e mãos elas se movem

mas como posso me sentir preso
tomado por um céu flechado de estrelas
e folhas de ouro?
mas eu só sei fazer poesia, e o que é fazer poesia?
meu pai disse que na minha juventude
( ainda sou jovem, e cada vez mais jovem)
fui enfeitiçado por uma mulher,
desde de então abandonei
todas as posses normais e mergulhei
nesse fosso chamado invenção

e passo o tempo que nos embranquece
compondo miragens,
pirâmides sanguíneas

mas se essas aranhas de arco-íris
colocassem pão em minha mesa...
mas algum pão consigo...
algumas irmãs e irmãos que amam esses meus
desvarios, sempre ofertam tesouros
para esse colhedor de lendas
continuar trilhando
os passos pequenos de Mario Quintana

eu não cresci,
não sei para que lado fica o mundo dos evoluídos,
dos matemáticos, dos economistas, dos sexólogos

escreveram um dia que eu era esquizofrênico,
visionário, fora da realidade,
colecionador de caramujos imateriais,
de fantasmas jardineiros, de jandaias perdidas

possível que não passe de um selvagem,
sem nexo, sem paciência, sem educação,
anti tudo

vivo num buraco forrado de estrelas,
que louca aceitaria ficar aqui comigo?
no dia de hoje não possuo dinheiro,
moro num lugar confortável
mas que não me pertence,
e sei que provavelmente me breve
terei que deixá-lo por falta de pagamento

não sirvo para nada, não tenho profissões,
o mercado de trabalho não me quer
e eu não o quero
Se as pessoas quiserem meu ouvir cantar...
recitar esses modestos versos...
e no final ou no começo deixarem algumas jóias...

não passo de um malabarista,
de um saltimbanco
do bando de William Shakespeare e Baudelaire...
o cocheiro da caravana dos mascarados

meu teatro nunca terá cortinas, muito menos teatro,
Miguel de Cervantes
prepara a sopa
dos cavaleiros andantes comigo

Sou um sem jeito,
não sirvo para conviver com as famílias,
não corto as unhas, não penteio a juba,
introduzo astros incandescentes
na boca das que gostam
de beijar para lá do fim do mundo

(edu planchêz)

Um comentário:

Anônimo disse...

Edu, meu querido, meu puro homem, sua alma dorme um sono profundo há muitos anos...há muitas vidas...por favor, desperte. Utilize-se de seu Poder poético para transmutar seu coração que nesta vida acumula tantos ressentimentos. Pare de ferir-se. Os outros já tentam fazer isso com vc diariamente e só conseguem, perceba, porquê acham a porta aberta. Ame-se meu lindo amigo, ame-se e respeite-se. Pare de agredir o mundo e, principalmente, a você com o dom de suas palavras. Elas lhe foram dadas por merecimento e não como castigo, então use suas palavras em seu benefício. Desperte desse sono que está lhe trazendo pesadelos. Enxergue a vida por outro ângulo e a vida começará a lhe enxergar igual.
Estou aqui. Somos um. Vamos conversar mais.
Fique calmo não se confunda com o Edu Planchez. Você é mais do que o papel que desenvolve nesta vida. Sua alma é muito maior do que tudo isto e sua missão, certamente, não é agradar a gregos e troianos. O sofrimento permite entender a felicidade e a angústia permite entender a Paz.
Compreenda que o resultado de cada decisão e comportamento na vida ao longo do tempo, através da comparação dos dois extremos, que há em tudo, está na verdade que está no centro, na neutralidade do Amor.
Por tudo isto, amigo querido volte para o Amor. Esbraveje por 5 minutos e volte para o Amor. Ame-se incondicionalmente e assim a sua vida. Não desanime, jamais.