sexta-feira, 18 de junho de 2010

a cegueira que nos suprende não vem da falta de olhos




a cegueira que nos suprende não vem da falta de olhos,
vem do escurecer da alma,
do embrutecimento súbito,
das cavernas que não são mais visitadas

viver de olho sempre abertos,
viver de portas fechada é mais seguro (?)

vivo com algumas glórias e pequenas flustações,
entre luzes e breus, cavalos marinhos
e linces à caminhar nas telhas

se me chamares de cego,
devo me ajoelhar,
catar as com visões de dentro
os ossos e as carnes dos que se foram
e dos que ainda virão,
ou não fazer nada disso
e apenas chorar

vida minha,
volto ao pequeno, ao minúsculo,
ao quase nada, à aquilo que some
e aparece não sei onde

(edu planchêz)

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