terça-feira, 14 de setembro de 2010
Meu olho seta de diamantes aponta para você
(para quem me merece)
Meu olho seta de diamantes aponta para você,
senhora que mora nas caixinhas de música:
sonho com teu beijo morno,
com tua serenidade abraçando-me
És a minha dama adorada,
a fêmea fabulosa
que vive na evolução das flores
Estou te amando tanto...
Um bilhão de abóbadas celestes cobrem nossos rostos-
centauros-das-primaveras
Estar do teu lado é estar ao lado de Afrodite,
de alguém capaz de entrar de forma alvejante
em todas as minhas células
Sonho você,
vivo intensamente o amar-te sem fronteiras,
meu coração é pequeno para caber tanto amor,
tanta grandeza, tanta luz e sedução
Oro para as miúdas andorinhas,
para os sabiás-laranjeiras
cantarem com delicadeza
meu nome e o teu diante
das cachoeiras
(edu planchêz)
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
a filha dos peixes e o filho dos escorpiões casaram-se
Ela bebeu minhas lágrimas, ela bebeu meu esperma,
guardou em si meus cromossomas espelhados,
se viu em minhas cavernas,
atravessou-me o espírito com lanças de puro fogo
O que ela fez nenhuma outra mulher fez,
nenhuma mesmo,
agora estou aqui inebriado,
embriagado com seus líquidos de fêmea brilhante
Estou tonto, varrido por tufões,
inundado pelas chuvas da naturalidade
O que aconteceu com meu corpo,
com minhas mãos sempre firmes,
com meus meus braços que não fogem do vento?
Mergulhado no mistério
das ondas e das contrações vaginais
dessa loba erigida pelas estrelas
da constelação de peixes
Sob a base da montanha coberta de cerejeiras
a filha dos peixes e o filho dos escorpiões
casaram-se...
coroados pelo sol da renascença...
com a flor-de-lis...
deitados sob as asas úmidas da fênix
( edu planchêz)
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
horas das chegadas e das partidas
"eu perdi o meu medo da chuva,
pois a chuva voltando pra Terra trás coisas do ar"
manhã aberta,
cortinas cor de vinho
movidas pelas luzes novas
despencam
sobre o sono dos meus olhos
movidos pela noite
e pelo vento norte sul
os meus irmãos e irmãs de palavras
e cores tintas
participam dessa ceia bacante,
desse triunfante café com pão,
queijo e jóias frutas
das manhã vividas por mim
certamente essa é a mais mãe
irmã e filha manhã
sei que estou bem ai na barra de teu vestido,
nas linhas que moram em tuas roupas,
nos grãos do arroz e no feijão
da alegria e da tristeza
somos os que abrem as caixas dos sapatos
e as malas
para os bem-ti-vis
subirem nos galhos da casa
as larvas da encomendada estação música
sobem por nossos corpos de sal e céu
para nas camadas do ser relógio
marcar as horas das chegadas
e das partidas
( edu planchêz)
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
pela rua Riachelo respirando o ar antártico
( FOTO: eu e Flávia Perez em Paraty durante a FLIP 2010)
quatro e três de quarta-feira,
pernas esticadas sobre a cama,
mãos sobre as pernas da cidade fria,
gélida, o mês de agosto é meu cobertor
vim de um sarau de poesia andando com meus amigos
pela rua Riachelo respirando o ar antártico
dessa estação de minha vida
bem sei que o livro das mutações
reside com todos os seus governantes
nas engrenagens que me movem
e que movem os dias e seus derivados:
segundos, minutos, horas, semanas,
décadas, milénios e eras
havia árvores decorando os textos
de nossos pensamentos e falas,
as ruas sabiam com exatidão
o número de nossos sapatos e botas
a vida é simples e complexa,
assim são nossos olhos e narinas...
aqui me despeço,
vou ao sono
(edu planchêz)
quatro e três de quarta-feira,
pernas esticadas sobre a cama,
mãos sobre as pernas da cidade fria,
gélida, o mês de agosto é meu cobertor
vim de um sarau de poesia andando com meus amigos
pela rua Riachelo respirando o ar antártico
dessa estação de minha vida
bem sei que o livro das mutações
reside com todos os seus governantes
nas engrenagens que me movem
e que movem os dias e seus derivados:
segundos, minutos, horas, semanas,
décadas, milénios e eras
havia árvores decorando os textos
de nossos pensamentos e falas,
as ruas sabiam com exatidão
o número de nossos sapatos e botas
a vida é simples e complexa,
assim são nossos olhos e narinas...
aqui me despeço,
vou ao sono
(edu planchêz)
terça-feira, 17 de agosto de 2010
PARA FLÁVIA PEREZ
(Cachoeira de São Francisco Xavier/SJosé dos Campos/Sp)
violão de pé olhando pra mim...
manhã entrando... e nada de sono,
me acostumei a esse não dormir...
por certo por acreditar em corujas e morcegos
( de tê-los como deuses protetores),
por gostar das leoas que pairam na névoa escura,
por arder de poesia e "tesão" que é sinonimo de poesia
estou sob o teto do tempo
que trouxe e levou Alexandre da Macedonia...
dentro,
da camisa azulada do deus futuro
sim, os caminhos do negror
me fornecem as cores que preciso
para repartir meu corpo,
o planeta e a voz
sou rato ruminando o vento,
a bola da vez,
o poeta do hoje, do agora,
do sempre e do nunca...
sem se preocupar se repete
coisas, palavras, sentidos
hoje meu pai é o fio de prata
que liga essa máquina
a maquinaria da noite,
ao dínamo quasar
que protege as entradas e as saídas
sei que falo comigo mesmo,
sei que falo com você,
com as lesmas e com as cabras
(edu planchêz)
violão de pé olhando pra mim...
manhã entrando... e nada de sono,
me acostumei a esse não dormir...
por certo por acreditar em corujas e morcegos
( de tê-los como deuses protetores),
por gostar das leoas que pairam na névoa escura,
por arder de poesia e "tesão" que é sinonimo de poesia
estou sob o teto do tempo
que trouxe e levou Alexandre da Macedonia...
dentro,
da camisa azulada do deus futuro
sim, os caminhos do negror
me fornecem as cores que preciso
para repartir meu corpo,
o planeta e a voz
sou rato ruminando o vento,
a bola da vez,
o poeta do hoje, do agora,
do sempre e do nunca...
sem se preocupar se repete
coisas, palavras, sentidos
hoje meu pai é o fio de prata
que liga essa máquina
a maquinaria da noite,
ao dínamo quasar
que protege as entradas e as saídas
sei que falo comigo mesmo,
sei que falo com você,
com as lesmas e com as cabras
(edu planchêz)
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Maria Betânia caminha nua
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
para abrir os portais, as membranas dos olhos
"a saudade é azul,
tem carne por fora e espinhos por dentro"
(Caio Fernando Abreu)
Aproveitando a citação de Caio Fernando Abreu
feita por Sheila de Castilho
para abrir os portais
as membranas dos olhos,
as janelas da sala,
as pernas dela
e as minhas pernas
Eu me emociono mesmo ao ouvir Lô Borges
sentindo todos os cheiros do mato,
o canto dos grilos de Santa Teresa...
(edu Planchêz)
terça-feira, 3 de agosto de 2010
falar de mim é falar de você
falar de mim é falar de você,
falar da totalidade dos Homens...
dezenas de vezes subi e desci as degraus
que nos levam ao mais alto degrau
da Torre das carrancas
guardiãs das praias, dos ventos frios
vindos das geleiras de meu amor
sou a face das tranquilas aves
que sobrevoam Galapago
e as nevoentas montanhas de um de teus sonhos
sobrevoo São Paulo...
a Avenida Angélica...
o Vale do Anhagabaú
as ruas que nos levam ao MASP
e a biblioteca Mário de Andrade
( nas asas de um condor,
nas antenas bigodes do gato de Alice,
nos dentes do tigre de sabre daquele filme
asiático)
falar de mim é falar da terra e suas sementes,
dos rabanetes e das infindas saladas
preparadas por essas mãos sagradas
eu sou quase nada, e sendo quase nada
vou ao fundo do mar da praia de Piratininga
de minha infância da terra do nunca
eu que sou quase rock, quase samba e jazz...
amasso a farinha dos pães
da vida inteira
(edu planchêz)
CONVERSANDO COM LUIZ FELIPE
"Era inevitável reformular imagens, farejar cheiros, reconstruir a luz
duma presença, a assimetria do rosto que entrava no meu. Eu quis
esquecimento. Repara nas caçambas com escombros. De repente o que
admirava em alguém virou o que já não tolero. Às vezes nos tornamos tão
íntimos ao ponto de não haver mais possibilida de de amor. E se escrevo
³rs´ aqui ou ³kkk´, é pra dizer que tô cansado de piada s."
(Luiz Felipe Leprevost)
Se você está cansado de piadas, eu não estou:
é na piada que recrio o mundo das aranhas vestidas de preto,
aranhas que encontro pelas barbas da noite de Curitiba,
pelas arcadas ruas do Rio de Janeiro farejador...
Acredito ter visto Rubem Fonseca acendendo seu charuto
de uma marca ilegível numa des sa esquinas admiráveis,
diante da lua vermelha da escuridão fundamental
do sono que ainda não consegui vencer.
Somos mesmo esses bichos metálicos da noite cerebral,
devoradores de insetos , mariposas e sanguessugas por certo
Aproveitarei esse moment o em que ninguém está nos olhando
para derramar as muitas águas
que vim guardando por esses reinos
de descobertas e perdições.
(edu planchez)
domingo, 1 de agosto de 2010
pedaços de sangue
escrevo nos metros da noite com letras serenas
o poema pingos de vela,
pingos de gente que nasce e morre
nas pétalas das flores pensadas e impensadas,
nas pétalas do entra e sai da vida e da morte
ouvi da boca de minha a amiga Beth Sousa
que nosso irmão Paulo Lopes deixou a vida
segurando nas mãos dela
enquanto ela recitava para ele versos do Bagavaguita...
silencio...mais um pouco de silencio...
desaparece aqui para aparecer noutro lugar,
creio ser assim,
seria sem sentido ser diferente...
ou não seria, posso ser um extremo arrogante
ao imaginar que sei algo sobre isso
Mas deixo nascer botões de estrelas
( e quem sou para ter tal poder?)
por essas linhas cravadas pelo silêncio
e sei que o silencio que gosto adora canções,
por isso acendo tochas perfumadas
por todas as camadas do mundo e não mundos,
sob e sobre o umbigo das pessoas,
sob e sobre o umbigo das nuvens fabricadas
pelos dragões irmãos da ave fênix
esse é um poema livro
para ser publicado e lido
pelos caminhantes do tempo sem tempo,
pelos que como eu colecionam feridas e manjares
esse poema é sem tamanho,
sem métricas, medidas, dimensões
porque ele se integra ao universo
dos que aqui estiveram,
dos que aqui estão,
dos que ainda estão para chegar,
dos que nunca chegarão
o dia nasce e eu não sei se nasce
com ou sem esferas escuras
cobrindo o sol, o sono
eu não tenho sono e tenho sono,
eu não possuo e possuo
compaços e réguas para medir
os valores da história por mim escrita,
por você escrita com pedaços de sangue,
com lágrimas e sorrisos
e vou continuar evoluindo essa escrita sem fim
usando agora ferramentas estelares,
artefatos orgânicos, líquidos saídos de nós
por prazer e dor
esse é um poema tratado,
um pergaminho rabiscado sobre os ombros
da madrugada dos anjos e dos lobos
( já que eles são irmãos)
Não sei se estou fazendo minha parte para marcar
a passagem do gênero humano,
do gênero vivo ou quase vivo sobre
esse planeta artesão
(Edu Planchêz)
sexta-feira, 30 de julho de 2010
a maçã dourada
Descascarei a maçã dourada
com a delicadeza de um cisne real,
hei de provar cada partícula dessa maçã
com o prazer dos mestres do paladar
Usarei todas as ferramentas dessa tarde
para montar um origami mágico,
e dentro dele apreciarei esse vegetal de ouro
Serei o mais fino dos homens
ao tocar por música a pele rubra
do presente a mim ofertado pelos céus de hoje
O mestre do mestres,
o mago dos magos,
a fada das fadas
se orgulhariam desse que sou
ao ver como serei sutil
diante da árvore parideira do saboroso fruto
(edu planchêz)
Edu Planchêz cão de guarda, cão sem guarda, guardião devasso dos pulsares da vagina
"Quando há uma tormenta,
os passarinhos escondem-se, as águias, porém, voam mais alto."
Depois de derramarmos todo o branco possível
sobre nossas gramáticas pernas,
letrados pés e maremotos,
acordamos o sábado sem Lei e sem roupas
e com todas as roupas
porque nobre é o cio da minha Dama
e o cio que ela me provoca
Edu Planchêz cão de guarda, cão sem guarda,
guardião devasso dos pulsares da vagina ornamentada
de minha amada Astéca queda d'água cristal rosa
da serra da Mantiqueira, da serra dos Órgãos
A minha porra e a porra da minha poesia
escorre com violencia
por entre as vogais
e as consoantes do alfabeto
arquitetado por nossos óvulos e espermatozóides
Racional e irracional é e não é os gritos
de minha amada quando está toda enterrada
de forma absoluta em meu pau representante
de todos os paus do universo
"Ele" disse "sou o grão de areia",
eu digo: Sou o grão de porra, a ave celeste,
o bicho caçador de relâmpagos
e fêmeas insaciáveis
Tenho em minhas veias-florais
a potencia dos grandes
e devassos mestres da dança, das letras,
do canto e da pintura
(edu planchêz)
Se mergulho no sono, mergulho em mim
Já passa de uma da manhã,
dormi a tarde toda,
para falar a verdade,
até vinte e três horas:
"lembra que o sono é sagrado
e alimenta de horizontes
o tempo acordado de viver"
Se mergulho no sono, mergulho em mim,
nas comédias e nas tragédias sedimentadas
no fundo imenso da criatura que guardo
e que me guarda
Filosofando sobre o sono:
faz dias que planejo
ver e ouvir o pôr e o nascer do sol,
encontrar os cavalheiros
das tempestades troteando
sobre os montes,
sobre os farnéis de vento
e da chuva mãe
Sei que há uma cheia lua
dedilhando sua lira de pedra lisa
sobre o telhado
(de hoje e de minha infância e da infancia
dos grilos e dos sapos)
Diz um estudioso alemão
que a infância evolutiva do homem foi na lua...
se assim foi,
muita coisa da lua frequenta meus dias e noites
Agora acordado, agora sedento de calor e revolução,
e por que não dizer também de calmaria,
voltarei ( após orar) dentro de alguns
milionézimos de segundos ao reino de Morfeu,
ao reino sem nome
(edu planchêz)
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Um Dragão
O maior de todos os poema começa
no nada e termina no nada
Assim pensa minha cabeça colidoscópica
Assim anoitece e amanhece em meu coração azul
"Um Dragão se conhece pelo tamanho das unhas",
ressoa no ar da cidade maravilhosa a frase
que ouvi da boca de Juliano de La Guerra
Outro verões hão de nos beijar os olhos
A primavera das uvas para o sempre
reinará sobre o palácio de nossos cabelos
E você mulher selvagem
se entregue aos desenhos suaves de minha pele,
as pequenas delicadesas
que faremos um ao outro
Se"Um Dragão se conhece pelo tamanho das unhas",
reinarás comigo sob as nuvens rosadas
porque os Dragões são os donos do vento
dos desejos
( edu planchêz)
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Faço da vida de muitas pessoas um inferno
Faço da vida de muitas pessoas um inferno
e as pessoas também fazem de minha vida um inferno,
isso é compreensível e ao mesmo tempo irracional
Eu apago a luz, ela acende, falo da beleza da lua,
ela me fala do possível enfarto,
e das monstruosas notícias das ruas
Passo a compreender o porque
de Axl Rose quebrar garrafas
scotch na cabeça das vizinhas...
Não farei tal selvageria, mas fico reflexivo,
buscando nos buracos da lua respostas
Convivo com um mundo morto, ou eu que morri?
Os valores da maioria
é essa coisa morbida sem lua
e pássaros
Ela "não muda nem quando é lua cheia",
as maré mudam,
meu sangue corre diferente,
os cabelos entram noutro crescimento,
os caranguejos,
os siris e as tartarugas marinhas
correm em debandada pelas areias
(edu planchêz)
terça-feira, 27 de julho de 2010
Ontem comemorei com amigos o aniversário do meu irmão aliado Brasil Barreto
Ontem comemorei com amigos o aniversário
do meu irmão aliado Brasil Barreto:
uma noite linda,
andamos libertos pelas ruas da Lapa,
fomos até à Glória em busca de algo voejante
Meu companheiro Brasil Barreto
comemorava seu aniversário,
bebemos vinho, cervejas,
sonhos, alegrias que não se pagam
Essas ruas sabem nossos nomes,
nos conhecem desde há muito,
somos filhos do andar,
das areias e das luzes dos postes,
das luzes dos olhos,
das luzes do sol dessas danças
O dia entra com tudo por essa janela,
me quer untado ao vindouro arco-íris
(edu planchêz)
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Hei de me pendurar nos ganchos do sol
As caminhadas matinais e apreciar o poente
me trazem grandes benefícios...
A literatura fica perto e longe disso...
Hei de me pendurar nos ganchos do sol,
essa é a minha impulsão, o desejo intricico
de minha sublime àtma
As muitas gerações caminharam por esse sol,
ele é o mesmo desde muito antes de aqui estarmos
Saudações à Hélius "pai de toda a cor",
"ao seu mar de raios"
Na linha de frente do astro luminoso doravante caminho,
essa é a minha cura,
uma Mago que não vê o sol
desconhece os insétos do dia e da noite,
acorda e dorme sem o afago das fadas
(edu planchêz)
domingo, 18 de julho de 2010
os quatros maços de cigarros acreditam no futuro sem futuro e dão risadas de fumaça podre
Ele fuma quatro maço de cigarro por dia
porque não acredita no futuro,
por acreditar que no futuro você vai se fuder,
os quatros maços de cigarros acreditam
no futuro sem futuro
e dão risadas de fumaça podre
empestando os quatro pontos cardeais
de nossos olhos e alvelos
os do dez cantos do mundo,
os animais que se escondem
no fundo mais fundo dos abismos
A fumaça inocente
também impreguina de peste as estrelas
e os outros corpos celestes mais que belos
raça imunda enterrada na fossa de si mesmo,
corre pela antenas e pelos cabos de fibra ótica
vossa nojeira, vossa morte prematura
meu poema escurecido por seus moribundos cigarros
se contorce no fundo anemico do cinzeiro cemitério
cigarros são vampiros, lobizomes,
o pior amigo do homem, a puta asquerosa
dessa civilização apática
(edu planchêz)
sábado, 17 de julho de 2010
irmãos e irmãs flores das ruas
"Passei minha vida toda atrás de pessoas que me interessam, porque as únicas pessoas que me interessam são as loucas, aquelas loucas por viver, loucas por serem salvas; as que desejam tudo ao mesmo tempo, aquelas que nunca bocejam ou falam banalidades, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício explodindo como aranhas através das estrelas, e no meio delas você vê aquela luz azul se extinguir e renascer com mais intensidade indo em direção ao futuro." (Jack Kerouak - On the Road)
Dentro de retângulos repletos de luas cheias
construo os palácios dos grandes amores,
não seria uma prisão e sim requintes, belas festas,
camas sagradas de lençóis perfumados de gente luminosa
É nas ruas,
nos subterrâneos que encontro as rainhas
dos cabelos caramelados,
os irmãos derramadores de versos venosos
e feitiços mirabolantes
Meus irmãos e irmãs flores das ruas
são mais radiantes que o próprio sol
do meio-dia e da meia-noite
E isso aqui não literatura,
é fato, vida clara e real,
argimentações mais que especiais de mãe natureza
Não quero que esse poema acabe nunca,
nem mesmo após a morte fisica de nossos corpos,
nem mesmo após todas as gerações se destruirem
ou construirem um novo conhecimento
Meus irmãos e irmãs das ruas loucas
sempre estarão dançando
nas páginas queimantes da eternidade
Mesmo que as sombras da extinção total
baixem sobre os tetos de todas as cidades
os meus de alma e esse poema continuará sóbrio
sob o tênue raio da aliança dourada
dos que tudo desejam
sem medidas ou limites
(edu planchêz)
A grandesa de Dante Alighieri é a nossa aura
Se sou o maior de todos poetas
que já caminhou por essa Terra,
você também o é,
não temos que nos constranger por assim o ser
A grandesa de Dante Alighieri é a nossa aura
que envolve nossas cabeças de tantas construções
Pelos 360 graus da história das letras
estendemos nossos corpos de consoantes e vogais
para que os atuais e vindouros nos leiam por completo,
para que nunca se apague a tocha
que nos foi passada por Allen Ginsberg
diante da fúria da medusa e dos abalos do Minotauro
Eu sou o poetas das coisas não coisas,
o xamã possuído pela poesia da desconstrução,
pelos mil vitrais das estrelas que vagam
pelas calmas camadas de asteróides
e poeiras cósmicas brilhosas
Astronautas, argonautas...
alquimistas, fadas cintilantes...
Eu escrevo e você lê com a fome das feras,
com tesão dos escorpiões
Deixando o Xamã de lado,
hei de mergulhar no sono,
já é manhã
( edu plachêz)
Celebração do lagarto
Leões errantes nas ruas, cães no cio
Raivosos espumantes
Besta enjaulada no centro da cidade
O corpo de sua mãe
Apodrecendo no chão do verão
Ela fugiu da cidade
Desceu para o sul, cruzou a fronteira
Deixou o caos e a desordem pra trás
Acordou ceta manhã num hotel verde
Com um estranho ser sibilando ao lado
O suor saía por sua pele relizente
Estão todos aí?
A ceriônia vai começar!
Acorde!
Você não consegue lembrar onde estava.
Este sonho já havia terminado?
A serpente era de ouro fino vítrea e enroscada
Receávamos tocá-la
Os lençóis eram prisões quentes e letais e ela ao meu lado
Não era velha...jovem
Seu cabelo ruivo escuro
Pele branca e macia
Agora, corre até o espelho do banheiro
Olha!
Aí vem ela
Não posso vivenciar cada lento século de seu movimeto
Me abaixo e encosto a face nos ladrilhos
Sinto o bom sangue frio e espetante
Suave sibilo das serpentes da chuva
Certa vez fiz um joguinho
Regressar rastreando em meu cérebro
Sabe de que jogo estou falando
É o jogo chamado "fique louco"
Agora tente este joguinho
Feche os olhos, esqueça seu nome
Esqueça o mundo, esqueça as pessoas
E juntos ergueremos uma nova torre
Este jogo é divertido
Fecham-se os olhos e não tem como perder
Estou bem ali vou também
Desligue o controle, romperemos as barreiras
Mergulhar longe, fundo no cérebro
Mergulhar no passado
Contornando minha dor
Até as paragens onde jamais chove
A chuva cai suavemente sobre a cidade
Sobre a cabeça de todos nós
No labirinto das correntes
No fundo, a presença extraterrestre
Dos inquietos habitantes
Das cerenas colinas
Abundâcia de répteis
Fósseis, cavernas, glaciares
Cada casa repete o mesmo molde
Janelas cerradas
Carro selvagem trancado, desafiando a aurora
Tudo dorme
Silente as tapeçarias, espelhos vazios
Pó velado sob as camas dos legítimos casais
Enrolados nos lençóis
E suas filhas arrogantes
Com olhos de sêmem nos bicos dos seios
Espere!
Houve aqui uma chacina
(não pare pra falar e olhar em volta)
Abandonaremos a cidade
Na debandada geral
Só com você quero partir
Naõ tocar a terra
Não olhar o sol
Nada resta senão
Correr, correr, correr
Vamos correr
Casa na colina
Lua imóvel
Sombras das árvores
Atestam a veloz ventania
Corre comigo, meu bem
Vamos correr
Corre comigo
Vamos correr
Mansão aconchegante no cimo da colina
Quartos ornados com todos os confortos
Rubros os braços dos sofás luxuriantes
E de nada saberá enquanto não entrar
No carro do motorista, o cadáver do presidente
Ronca o motor em graxa e alcatrão
Vamos, pois não iremos muito longe
Ao distante oriente encomtrar o czar
Muitos marginais moravam ás margens do lago
A filha do pastor é apaixonada pela serpente
Que vive num poço a beira da estrada
Acorde minina! estamos chegando!
Sol, sol, sol
Arde, arde, arde
Lua, lua, lua
Te pegarei
Logo
Sou o rei lagarto
Posso fazer tudo!
Descemos
Rios e autovias
Descemos pelas
Florestas e cascatas
Descemos por
Carson e springfield
Descemos por
Phoenix enfitiçados
Posso lhe contar
Os nomes do reino
Posso lhe contar
As coisas que já sabe
Tentando escutar
Um bocado de silêcio
Subindo os vales até as sombras
Por sete anos habitei
O palácio desgarrado do exílio
Praticando jogos bizarros
Com as moças da ilha
Regresso agora
Ao país do belo e forte sábio
Irmãos e irmãs da floresta maravilhosa
Ó crianças da noite
Qual de vós participará da caçada?
Eis que a noite retorna com suas púrpuras legiões
Recolham-se as tendas e aos devaneios
Amanhã entraremos na minha cidade natal
Quero estar preparado.
(Jim Morrison)
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Dormi estranho e acordei estranho
Tudo que é profundo é orgânico,
revira as vísceras mesmo,
remói lá dentro, mastiga, morde e lambe
Difícil e fácil explicar
Dormi estranho e acordei estranho,
um furacão passou,
balancei mais que polvora dentro do fogo,
sei e não sei o que estou dizendo
porque dói, o mundo me pressiona,
hei de ser forte,
sou forte
É complexo expor o que estou expondo
nesse momento de ardência,
o peito treme,
a cabeça gira com as borboletas
Mas você está diante de um vencedor,
de um que desafia o comum,
a mesmisse...
Você está diante de uma criatura
que mergulha nos desafios,
que sabe que "um poeta não se faz só com versos"
(edu planchêz)
você precisa dançar nua sobre as brasas do sagrado vulcão se roçando na minha barba de urso
Lou Reed calçado
com um big par de sapatos brancos
e eu sem sapatos...
caminhamos pelos eixos da Terra,
pelas sílabas antenas,
pelas complexas chaminés
dos navios que nunca nos deixam
Você precisa ver a minha profética barba crescer
como o gelo da montanha,
você precisa dançar nua sobre as brasas
do sagrado vulcão se roçando em minha barba de urso
Se Lou Reed veio até nossas casas via canções
é porque via canções também vamos a casa dele
E em casa de poeta a porta sempre é a Moura Torta,
Alice no País dos espelhos,
o galo e a galinha
Sobre a velho violão guitarra
mora uma família de aranhas,
mora a mãe e a filha do Diabo
Então para comemorar,
descarrega tua arma,
acende o cachimbo do fogão
e põe água na chaleira,
vamos ter um café atômico
regado a vinho
e queijos franceses holandeses
(edu planchêz)
quinta-feira, 15 de julho de 2010
um dente quebrado, uma noite nublada...
um dente quebrado, uma noite nublada...
ouço uma antiga canção de Sérgio Sampaio
e sinto um sentimento de perda
porque terei que arrancar esse dente
"O inverno nunca falha em se verter em primavera"
Mergulho no mais profundo de mim para me agarrar
ao positivo, ao cintilante sino da prosperidade
Dialogo com a dor, com essa senhora
que mora em todos os viventes...
Cumprimento a grande roda dos planetas
e as almas que aqui flutuam invisíveis
a esses olhos físicos
Uma nova manhã coroa na boca do ventre
de todos nós
(edu planchêz)
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Os poetas de hoje se encontram com os poetas de ontem
Astros percorrem os céus
das quatro e dez da manhã,
eu no Rio de Janeiro
me preparando para o sono dos Reis,
para o contato fraternal
com minha amada ânima
E eu preciso de música
para entrar em sintonia comigo,
com minhas contas pequeninas
Ouço canções de hoje e canções do passado,
burilo as palavras para encontrar
o colo dos meus muitos amores,
o ventre pleno de meu amor
(esse poema sabe com quem falo)
Sou o primeiro e último deus do nada
e a rainha do tudo quase tudo
pronto para abrir os canteiros do peito,
os portais da voz
e o volume dos instrumentos
Verás comigo o que Dante viu em Florença
num domingo eterno de borboletas
e pássaros adestrados por Virgílio e Plínio
Os poetas de hoje se encontram
com os poetas de ontem
nos vagões desse poema vagaroso
Florbela Espanca e Ana Cristina Cesar
podem entrarem a qualquer momento,
Manoel Bandeira aqui já se encontra...
Me diz amor,
em qual xícara coloco as amoras
que Rimbaud e Velaine nos trouxeram
dos lagedos salineos da Sardenha
(edu planchêz)
terça-feira, 13 de julho de 2010
Poesia sem leitor é inútil
Da mesma forma que as pessoas espalharam
a poesia voz Mário Quintana
(porque foi assim que ele ficou conhecido)
oro para que o mesmo aconteça comigo
e com você
Poesia sem leitor é inútil,
é escrever de cabeça para baixo
para as amigas inimigas paredes,
é jogar a existência no esgoto,
é muito triste
Mas vos digo, que muitas vezes,
ou na maioria da vezes
escrevo para mim mesmo,
para os meus botões,
para o pedaço de pão
que descansa sobre o sonolência da mesa
(edu planchêz)
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Pico da Águia
Voltando ao infinito,
ao minúsculo cosmos,
a veloz barca dos ancestrais:
homens e mulheres-pássaros,
os vejo através das lentes
do fogo do sangue
A terra é sangue, a água é terra...
todos os elementos se combinam
no encontro de nossas pele,
nas longas orações do céu e do mar,
nas escamas do peixe que voa
Estou em Trindade,
na nascente e na foz
dos rios de nossas falas,
de nossos cantos desconexos
Sei que todo o Logos
conspira a para que subamos
o mais rápido possível nas correntes
que nos levam ao Pico da Águia
(edu planchêz)
domingo, 11 de julho de 2010
o verso é deus
Recitar, cantar...
com amigos e amigas, irmãos e irmãs
Provocar absolutos diálogos
de coração para coração
O homem de terra há de ser terra
na frente de seus companheiro
O reino dos versos é o centro cardíaco
e as páginas de nossos livrescos corpos
Quem canta o poema
deve fazer de forma messiânica
porque o verso é deus
(edu planchêz)
pérolas sobre os seios
(para a minha irmã Sheila de Castilho)
vestido preto...
pérolas sobre os seios
que apontam para o mar
das distantes naves submersas
pérolas aos poucos...
uma por uma entrando
no poema da caverna
de quem ama pérolas
seios de louça,
seios de mulher
que gosta de pérolas
sobre os seios
esse planeta é uma pérola
pendurada no bico
do seio esquerdo dela
(edu planchêz)
sábado, 10 de julho de 2010
Dark Side
Dark Side Of The Moon
Lado escuro da lua
Lado escuro da rua
Lado escuro do escuro de mim mesmo
Sou um ser abissal fincado no fundo do oceano,
no tronco da maior de todas as árvores,
na crosta quente dos vulcões de Marte
Eu e a matéria ígnea das tuas entranhas
Eu nas minhas entranha pisando na neve
e nos ovos da fêmea lua
(edu planchêz)
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