sexta-feira, 10 de abril de 2009
ARRASTO CABEÇAS
Arrasto cabeças presas a uma corda
atada à cintura,
ao coração saltimbanco,
aos fios dos cabelos ancestrais
Arrasto crânios
pelas ruas de ruínas e belezas
Arrasto a sátira cabeça
agora que o sol é cabeça plantada
em minhas costas
Amarradas à corda estão as cabeças,
crânios
armazens de ideias
Se corto a corda,
corto os laços,
as cabeças,
as tripas dos vermes
Piso nas cabeças espalhadas
pelos ladrilhos das crateras
escavadas no tapete do seu quarto
Cabeças presas a corda
que trago enrolada nos pregos do ventre:
cabeças de generais desdentados,
de almirantes carcomidos
pelas tempestades de areia,
de heróis despatriados,
de fascinoras perdidos
nas montanhas de neve
Mulas sem cabeças, cabeças d'água,
cabeças de dedos, cabeças de caralhos,
cabeças de grelos...
Não tiro da cabeça as imagens
do dinheiro que preciso,
da mulher, das mulheres desejadas,
dos semblantes dessa madrugada única
que são vocês
(edu planchêz)
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