sexta-feira, 21 de agosto de 2009
PENETRO NA FLORESTA NEGRA
Por quais cendeiros seguirá minha poesia
por esse noite gélida e estrelada de agosto?
O que aconteceu com o meu passado?
Sou um homem sem passado,
um leão quebrando os cabos
dos antigos controles
Novamente me pego fazendo literatura,
gestando para o bel prazer
um mundo particular,
mas segundo Octávio Paz,
“no seio da poesia
todos os conflitos humanos se resolvem”
Não estou errando
ao cometer o poema,
nem em buscar o desbloqueio
dos canais sensitivos
nos meandros da poesia
e suas nuances
aparentemente ilógicas
Não é nenhum desvario ou insanidade
riscar o corpo
com os pincéis do incognicível, não é!
Sim, eu tenho um passado,
um começo, um ponto de origem,
não surgi do nada, quantos e quantos nasceram,
cresceram e morreram
antes de eu aqui estar?
Penetro na floresta negra
do desconhecido e me reconheço
no distante e no perto,
no antes e no depois, no aqui e agora
Me orgulho de tudo
que aconteceu antes de eu aqui estar,
até da possível pele de cobra
que cobriu toda essa cartilagem corpórea
em outras dimensões do existir
Por mais que a razão
me atente a acreditar apenas no palpável,
arrisco tatear no breu,
naquilo que é por ora apenas vulto,
reflexo de lua nas águas do cérebro
E vejo como é belo pensar,
abrir a possibilidade
de ver e sentir o que está alem
Aceito em mim o criador,
o que constrói e destrói,
o que deixa
e apaga marcas onde pisa e toca
Vivo na região
onde tudo surge e desaparece,
a poesia é filha do orgasmo,
do morrer e nascer,
por isso me chamo, me chamam poeta,
irmão das explosões e das calmarias
(edu planchêz)
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