sábado, 26 de dezembro de 2009

chorei pra caralho







(à Rogério Skylab)

chorei pra caralho,
três dias e três noite sem dormir,
sem comer...
nenhum arrependimento,
chorei muito,
mas não sei se chorei tudo
Meu amor se foi com outros,
fudeu com outros,
pensamento horríveis vieram...
fique fora de tudo, entrei nas carcaças dos besouros,
nas agulhas das lacráias,
nos intervalos entre a morte e a morte

beijei o cu da loucura
como quem beija o cu da loucura
Desci aos infernos porque quis,
deixei as gosmas da dor ruírem mesmo,
vieram as tempestades,
as mais terríveis tubulencias
de quem ama e é traído

continuo cuspindo,
beijando, tendo a boca gostosa,
o pau louco para entrar em alguém mais que selvagem,
fêmea animal carinhosa

não me arrependo, andei de camburão,
dei porrada, tomei porrada,
não da policia, mas do meu amor

eu mesmo chamei os "homens" pra mim,
antes que os vizinhos o fizessem

São as experiências da vida bandida,
facas de cortante diamante
que correram perto de nossas veias
de poetas amadores

Dante
( no corpo de Brasil Barreto e se netinho)
vieram me resgatar num dia
que eu nem lembrava que era natal

A noite lá na Penha foi feliz
entre rocks, bacalhoada com couve,
azeite e batatas

As balas da Vila Cruzeiro
passaram a noite comerando
os gols do imperador Adriano
cheirando chumbo e pólvora

Vem pro Rio, meus queridos,
ouvir uns tirinhos de fuzil
regado a cerveja e azeitonas

Minha cidade é maravilhosa
Capital planetária dos gatilhos,
dos gatos bombados e das gatas
bucetudas

( edu planchêz)



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