sábado, 17 de julho de 2010

Celebração do lagarto






Leões errantes nas ruas, cães no cio
Raivosos espumantes
Besta enjaulada no centro da cidade
O corpo de sua mãe
Apodrecendo no chão do verão
Ela fugiu da cidade

Desceu para o sul, cruzou a fronteira
Deixou o caos e a desordem pra trás

Acordou ceta manhã num hotel verde
Com um estranho ser sibilando ao lado
O suor saía por sua pele relizente

Estão todos aí?
A ceriônia vai começar!
Acorde!
Você não consegue lembrar onde estava.
Este sonho já havia terminado?

A serpente era de ouro fino vítrea e enroscada
Receávamos tocá-la
Os lençóis eram prisões quentes e letais e ela ao meu lado
Não era velha...jovem
Seu cabelo ruivo escuro
Pele branca e macia
Agora, corre até o espelho do banheiro
Olha!

Aí vem ela
Não posso vivenciar cada lento século de seu movimeto
Me abaixo e encosto a face nos ladrilhos
Sinto o bom sangue frio e espetante
Suave sibilo das serpentes da chuva
Certa vez fiz um joguinho
Regressar rastreando em meu cérebro
Sabe de que jogo estou falando
É o jogo chamado "fique louco"

Agora tente este joguinho
Feche os olhos, esqueça seu nome
Esqueça o mundo, esqueça as pessoas
E juntos ergueremos uma nova torre

Este jogo é divertido
Fecham-se os olhos e não tem como perder
Estou bem ali vou também
Desligue o controle, romperemos as barreiras

Mergulhar longe, fundo no cérebro
Mergulhar no passado
Contornando minha dor
Até as paragens onde jamais chove
A chuva cai suavemente sobre a cidade

Sobre a cabeça de todos nós
No labirinto das correntes
No fundo, a presença extraterrestre
Dos inquietos habitantes
Das cerenas colinas
Abundâcia de répteis
Fósseis, cavernas, glaciares

Cada casa repete o mesmo molde
Janelas cerradas
Carro selvagem trancado, desafiando a aurora
Tudo dorme
Silente as tapeçarias, espelhos vazios
Pó velado sob as camas dos legítimos casais
Enrolados nos lençóis
E suas filhas arrogantes
Com olhos de sêmem nos bicos dos seios

Espere!
Houve aqui uma chacina
(não pare pra falar e olhar em volta)
Abandonaremos a cidade
Na debandada geral
Só com você quero partir

Naõ tocar a terra
Não olhar o sol
Nada resta senão
Correr, correr, correr
Vamos correr
Casa na colina
Lua imóvel
Sombras das árvores
Atestam a veloz ventania
Corre comigo, meu bem
Vamos correr

Corre comigo
Vamos correr

Mansão aconchegante no cimo da colina
Quartos ornados com todos os confortos
Rubros os braços dos sofás luxuriantes
E de nada saberá enquanto não entrar

No carro do motorista, o cadáver do presidente
Ronca o motor em graxa e alcatrão
Vamos, pois não iremos muito longe
Ao distante oriente encomtrar o czar

Muitos marginais moravam ás margens do lago
A filha do pastor é apaixonada pela serpente
Que vive num poço a beira da estrada
Acorde minina! estamos chegando!

Sol, sol, sol
Arde, arde, arde
Lua, lua, lua
Te pegarei
Logo

Sou o rei lagarto
Posso fazer tudo!

Descemos
Rios e autovias
Descemos pelas
Florestas e cascatas
Descemos por
Carson e springfield
Descemos por
Phoenix enfitiçados
Posso lhe contar
Os nomes do reino
Posso lhe contar
As coisas que já sabe

Tentando escutar
Um bocado de silêcio
Subindo os vales até as sombras

Por sete anos habitei
O palácio desgarrado do exílio
Praticando jogos bizarros
Com as moças da ilha
Regresso agora
Ao país do belo e forte sábio
Irmãos e irmãs da floresta maravilhosa
Ó crianças da noite
Qual de vós participará da caçada?
Eis que a noite retorna com suas púrpuras legiões
Recolham-se as tendas e aos devaneios
Amanhã entraremos na minha cidade natal
Quero estar preparado.

(Jim Morrison)





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