sábado, 17 de julho de 2010

irmãos e irmãs flores das ruas



"Passei minha vida toda atrás de pessoas que me interessam, porque as únicas pessoas que me interessam são as loucas, aquelas loucas por viver, loucas por serem salvas; as que desejam tudo ao mesmo tempo, aquelas que nunca bocejam ou falam banalidades, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício explodindo como aranhas através das estrelas, e no meio delas você vê aquela luz azul se extinguir e renascer com mais intensidade indo em direção ao futuro." (Jack Kerouak - On the Road)


Dentro de retângulos repletos de luas cheias
construo os palácios dos grandes amores,
não seria uma prisão e sim requintes, belas festas,
camas sagradas de lençóis perfumados de gente luminosa

É nas ruas,
nos subterrâneos que encontro as rainhas
dos cabelos caramelados,
os irmãos derramadores de versos venosos
e feitiços mirabolantes

Meus irmãos e irmãs flores das ruas
são mais radiantes que o próprio sol
do meio-dia e da meia-noite

E isso aqui não literatura,
é fato, vida clara e real,
argimentações mais que especiais de mãe natureza

Não quero que esse poema acabe nunca,
nem mesmo após a morte fisica de nossos corpos,
nem mesmo após todas as gerações se destruirem
ou construirem um novo conhecimento

Meus irmãos e irmãs das ruas loucas
sempre estarão dançando
nas páginas queimantes da eternidade

Mesmo que as sombras da extinção total
baixem sobre os tetos de todas as cidades
os meus de alma e esse poema continuará sóbrio
sob o tênue raio da aliança dourada
dos que tudo desejam
sem medidas ou limites

(edu planchêz)

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