sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

amigas e inimigas mãos











"A velha mão
segue traçando versos
para o esquecimento."

"Quando os escritores morrem,
eles se transformam nos seus livros.
O que, pensando bem,
não deixa de ser uma forma interessante de reencarnação. "
(jORGE LUIZ BORGES)


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"A velha mão
segue traçando versos
para o esquecimento,"
para o além da pequena coisa
chamada pequena vida
marcada por riscares de palitos,
folhas e papéis que correm
pela morte das casas

As casas possuem o cheiro de seus donos
e eu que não tenho casa,
é provável que também não tenha cheiro

A mão que é essa
e a mão que Jorge Luis Borges cita,
cava no tempo que não é tempo
algo que já nasce invisível,
porque invisível é a vida de um escritor,
de um homem que caminha para o desfecho
da simpática existência

Os anos que vivo,
que ainda viverei, estarão sempre
gravado na ponta de cada estrela,
no faiscar de cada olhar,
nos muros dos que se aventuram
sem temer as barreiras de fogo,
e as espessas camadas polares

Mãos que esculpem versos para o esquecimeto,
minhas mãos, novas velhas mãos.
amigas e inimigas mãos

(edu planchêz)

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