quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

UMA REVOLUÇÃO PELA MÚSICA





10/29/09

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comeonmarianne
UMA REVOLUÇÃO PELA MÚSICA

Onde está a música? Talvez, devêssemos olhar de baixo de nossas camas, em meio ao pó e velhos brinquedos de infância. Procurar em cada esquina um novo som onde o movimento Tropicália pudesse representar a sua revolta pela sociedade, ou movimento do rock ‘n’ roll pudesse mobilizar toda uma população para o novo. Já procurou nos achados e perdidos? Talvez na seção de lendas brasileiras...

Onde está a juventude? Está ali, a vista de um baile de máscaras, contorcendo os corpos em meados da batida eletrônica, de letras fracas que apenas exprimem orgias. Juventude burra, fechada entre as telas de uma televisão sem programação útil. Os corpos entram em decomposição a cada nova batida que surge em uma rádio mal programada de informação. É ali que se encontra a nossa juventude, perdida em meados do século 21 entre o pó branco da anemia e a falsa melodia da atualidade.

Quantas lendas do antigo rock lutavam para conseguir algo e chegarem ao topo de suas carreiras, morreram drogados pela falta de utopia? Em 1992, morreu um dos principais artistas do cenário musical brasileiro: Renato Russo. Platéias gloriavam o timbre exaltado do jovem compositor e cantor, dançando ao som de guitarras uma revolução no cenário musical, onde a proposta principal não era criar um novo gênero do rock e sim, mobilizar toda uma sociedade para críticas abandonadas em nosso subconsciente. E aquele menino, nascido em meio ao cretinismo de uma sociedade fechada. Como era mesmo o seu nome? Cazuza. Pelo o que parece, o tempo parou para ele assim como o tempo nesse exato momento para.

Incrivelmente, os jovens de hoje em dia se divertem sem caráter nenhum escutando músicas que não fazem idéia do que falam. Antes escutassem Chico Buarque e entendesse o seu cinismo contra a ditadura, do que escutasse um MC qualquer a favor de matar prostitutas. Antes escutasse Nirvana e tirassem uma lição de moral da história de Kurt Cobain, do que escutar uma rap que não entendem que é uma violência contra eles mesmos.

Não digo que não devamos não gostar de funk, rap, hip hop, ou qualquer outro tipo de música. Mas nesse exato momento, não só o Brasil, o mundo precisa de uma revolução musical. Chega de escutar o modismo, de completar os artistas que dizem que amam todo mundo e não movem um dedo para tentar usar sua fama para ajudar em algo. Também não devemos ser como uma Madona da vida que apenas pensa na mídia e na propaganda, ou um Bono Vox que se torna um chato por continuar no mesmo discurso. Do que adianta, rimar e rimar, se as palavras saem da boca e não alcançam o terreno baldio?

Acontece que a música tem uma importância fundamental na vida de qualquer jovem. Hoje, baseamos nossas vidas em trilhas sonoras, em momentos de cinema. Quem não imagina que ao encontrar o amor da sua vida não irá tocar Celine Dion? Ou quando você conseguir a vitória, tocar Queen? Quem não imagina ir para o trabalho escutando alguém dizer coisas positivas no seu canal auditivo?

Na verdade eu sinto saudades do bom e do velho rock. Aquele rock que não passava de solos de guitarras e todos iam à loucura, e naquela melodia, tinha uma real mensagem a ser seguida. Eu sinto saudades desse rock, que em anos passados, todos gostavam porque era sinal de mudança. Não quero esse novo rock, que criou mil versões, passando do emocore para o “suicídiocore”. Eu quero ver a paixão pela música mudar o mundo.

Eu quero ver um show no meio de uma Avenida Paulista, com milhares de pessoas, cantando a mesma música, gritando e despertado tudo o que puderem. Eu quero uma revolução a favor da música! Não quero que sejamos os filhos da morte burra, que sonham em dançar ou sair com uma mulher-fruta. Não quero que sejamos os filhos da morte burra, que dariam tudo para conhecer um cara que diz que irá fazer um adultério. De verdade, onde está o amor próprio?

Eu tentei procurar a música em cada canto da cidade, não obtive sucesso. Encontrei algumas moedas de ouro do que foi a música em uma loja de CD, e não foi muito agradável descobrir que poucos exemplares estão estendidos em prateleiras. Ao mesmo lado da música erudita, mas especificamente ao lado de uma coletânea de Chopin, tinha uma verdadeira muralha de Jonas Brothers e Miley Cyrus. Não sou contra essa música, de fato, até me admiro com o sucesso deles, mas os jovens precisam descobrir o que é o amor de verdade. E se na música isso não está sendo transmitido, não está fazendo sentir, porque continuar glorificando uma falsidade ideológica? Falar de amor não é amar ninguém. E amar alguém que nem se quer sabe que você existe, não é fazer ninguém te amar.

Disputemos cada freqüência, cada onda sonora do rádio. Que a revolução comece pelas letras, formando algum espaço realmente nosso, em meio a essa decadência. Canções de guerra, canções de amor, canções de revolução.

(Não sei quem escreveu esse texto visivelmente inspirado em meu poema "Filhos da Morte Burra", tirei desse endereço http://64.233.163.132/search?q=cache:C42D2dAt1WwJ:comeonmarianne.livejournal.com/+%22filhos+da+morte+burra%22&hl=pt-BR&client=firefox-a&gl=br&strip=1)

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