quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

últimos acordes de um carnaval inesquecível...











.
.
.
.
.
.
.

últimos acordes de um carnaval inesquecível...
avenida rio branco repleta de foliões,
tudo igual aos foliões
que ali estiveram quando aquele logradoro
chamava-se avenida central

o encantamento que ali tive me seguirá por vidas,
amor secreto, você esteve o tempo todo comigo...
eu e meu amor secreto cantando as velhas novas canções
dos carnavais amados por minha avó Eugênia Planchêz

quantas e quantas noites nesse lugar estive
(ainda menino)
com a genia Eugênia Planchêz
sem saber que hoje após se passar mais de trinta anos
voltaria a essa folia, a esse folguedo
com meu filho, mulher, sogra e sobrinha

nos dias de menino
ficava arrepiado ao chegar na rio branco,
na espantosa cinelândia cheia
de luzes e pessoas mascaradas
e sem mascaras...
com a minha Eugênia querida,
vínhamos da distante Jacarepaguá
salgando num trem, num ónibus lotado,
vinhamos de olhos arregalados,
caipiras da zona norte espantados
com os assombros dos capetas e bate-bolas
e outros mágicos

o rio de janeiro ainda era guanabara,
eramos guanabarinos,
o simbolo da bandeira
de nossa cidade estado eram dois golfinhos
cercados de estrelas e mares para sempre navegáveis

os mares de luiz de camões
sempre estiveram nos cones do tempo
dessa cidade ultrajante,
desse continente refinado e caótico

é carnaval, é meu corpo marcado
pelas centelhas das pessoas gentis
que me abraçaram

estou carregado de amor e literatura,
explodindo sobre as ondas de Ipanema,
explodindo sob os contornos de tuas retinas de folia

morro no carnaval para nascer no carnaval,
nas letras partidas que captei das bocas
dos irmãos e irmãs
caminhantes reais da cidade bela

( edu planchêz)



Nenhum comentário: