quarta-feira, 7 de julho de 2010

Eu vou ao pico das agulhas douradas





Amplo caminho bem aberto
à frente desses olhos tingidos de certezas,
toco na manhã, no sol, na neblina,
nas costas da mar regente
das coisa que não afundam

O Rio de Janeiro me absorve,
os pensamentos que lanço de minha janela
são cúbicos,
do tamanho de um elefante
de gelatina de morango,
maiores que a maior idade
das coisas por mim armadas
desde muito cedo

Firmo minhas âncoras sob as areias
submersas do Atlântico aquecido
por piratas, capitães e sereias

Essa é a onda leve da palavra leve,
das plumas e das brumas,
nada de avalanches, nada de assombros,
de engarrafamentos gigantes
sobre os trilhos do peito

Eu vou ao pico das agulhas douradas
arrastando uma corda de açúcar
e um cesto de sal

(edu planchêz)

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