sexta-feira, 30 de julho de 2010

Se mergulho no sono, mergulho em mim












Já passa de uma da manhã,
dormi a tarde toda,
para falar a verdade,
até vinte e três horas:
"lembra que o sono é sagrado
e alimenta de horizontes
o tempo acordado de viver"

Se mergulho no sono, mergulho em mim,
nas comédias e nas tragédias sedimentadas
no fundo imenso da criatura que guardo
e que me guarda

Filosofando sobre o sono:
faz dias que planejo
ver e ouvir o pôr e o nascer do sol,
encontrar os cavalheiros
das tempestades troteando
sobre os montes,
sobre os farnéis de vento
e da chuva mãe

Sei que há uma cheia lua
dedilhando sua lira de pedra lisa
sobre o telhado
(de hoje e de minha infância e da infancia
dos grilos e dos sapos)

Diz um estudioso alemão
que a infância evolutiva do homem foi na lua...
se assim foi,
muita coisa da lua frequenta meus dias e noites

Agora acordado, agora sedento de calor e revolução,
e por que não dizer também de calmaria,
voltarei ( após orar) dentro de alguns
milionézimos de segundos ao reino de Morfeu,
ao reino sem nome

(edu planchêz)

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