sábado, 3 de julho de 2010

nas carapaças das areias do Cinema-Teatro-Rock




Sou essa porra sem porra com muita porra,
esse caralho de gente com os pêlos ficando grisalhos,
brancos, alvos, desbotados

Um poeta de merda, um fulano sem graça,
uma coisa amada por insanos:
"elas querem meu pau mas não querem minhas palavras",
ou elas querem minhas palavras e não me querem

Meu pau continua apontado
para a pirâmide vagina de Creópata,
para os ares do que pensas,
para as tetas da madame Butterfly,
para as cochas das mulheres
que correm com os lobos

Meu pais é o belo, minha foda é sagrada
Em minhas entranhas
mora um anjo demônio
chamado palavrão

Nada corto, tudo corto,
com minha faca, com minhas unhas,
com o canivete de Beth Blue,
com a gasolina de Beth Blue,
com a língua nadja

Alguns dirão:
"tirem as crianças da sala",
finque o pé em minha mala,
sapeca tuas luas pontudas
em minha pele sem cueca

E o homem de porra corre
pela orla, pelos temperos do Leblom
(que segundo um amigo do João Corujão
é uma ilha)

Dez perdidos numa noite limpa,
numa cama, num tapete,
nas carapaças das areias
do Cinema-Teatro-Rock

( edu planchêz)

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