domingo, 4 de julho de 2010

O rosto da Rainha resplandece diante da pintura











A verdadeira poesia não diz nada, apenas destaca as possibilidades. Abre todas as portas. As pessoas podem atravessar aquela que se lhes ajusta. ... e é por isso que sinto pela poesia este apelo tão forte – porque é eterna. Enquanto houver pessoas, elas podem lembrar-se de palavras ou combinações de palavras. Mas nada pode sobreviver ao holocausto a não ser a poesia e as canções. [...]. Se a minha poesia pretende atingir alguma coisa, é libertar as pessoas dos limites em que se encontram e que sentem". (Jim Morrison)


(à mais linda prenda q conheci Amanda Ruppenthal)
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O rosto que tenho é rosto que tenho...
resta-me campear
nas dezenas de sombras uma mecha de sol,
uma lanterna mágica,
uma lente maior que as minhas retinas,
sonhos cravejado de diamantes

O rosto da Rainha
resplandece diante da pintura
que os raios da última tempestade deixaram
no sopé da muralha que separa nossos corpos
dos corpos do gelo

O que quero dizer está atrás
de uma dessas portas,
por dentro de cada letra
que compõe essa construção
que chamaremos de poema

A Rainha chama o Mago da corte
para sentar-se à mesa
que a mágica de nossos beijos demorados
arrumou, mesa repleta de iguarias doçuras
untadas com o vinho dos corações
dos que nunca morrem

(edu planchêz)

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