sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Os Mestres e as Criaturas Novas









Os Mestres


Eis a nossa entrega
Habitamos uma cidade
A cidade forma — física, mas sobretudo
psiquicamente — um círculo. Um Jogo. Anel de morte
com o sexo no centro. Guiar até ao perímetro
suburbano. Descobrir aí zonas de
sofisticado vício e tédio, de prostituição infantil.
Mas é nesse sujo anel implacável
apertando as ruas do comércio diurno que fervilha a única
multidão viva, nossa estirpe, artérias
vivas, noite viva. Cobaias doentes em pensões
baratas, quartos reles, bares, casas de penhor,
teatro de variedade e bordéis; arcadas moribundas que
nunca morrem. Ruas e ruas de cinemas de
sessão contínua.
À jogada sobrevêm o Jogo
Ao sexo sobrevêm o Clímax

Todos os jogos contêm a idéia de morte.

Saunas, bares, piscinas interiores. O nosso chefe ferido
jaz sobre os azulejos. Hálito e longos cabelos
de cloro. Inválido, seu ágil corpo
de pugilista. Ao lado
um jornalista creditado, confidente. Gosta de sentir-se
entre homens com profundo sentimento da vida. Mas a maioria
na imprensa são abutres sobrevoando a cena
à cata da curiosa arrogância americana. Câmeras
dentro do esquife entrevistam os vermes.

Só o genocídio revolveria a terra
expondo os vermes escondidos. Revelando
a vida dos nossos insatisfeitos loucos.

A câmera fotográfica, deusa todo poderosa, satisfaz-nos desejos
de omnisciência. Espiamos os outros desta distância e
ângulo: pedestres que passam cá e lá
na lente como insetos aquáticos raríssimos
..
Os poderes do Yoga. Ser invisivel ou diminuto
Ou gigante tocando as coisas longínquas.
Mudar o curso da natureza. Partir para toda a
parte no espaço e no tempo. Convocar os mortos
Exaltar os sentidos, captando imagens inacessíveis
de acontecimentos noutro mundo, nas zonas profundas
da nossa mente e das outras mentes.
..
A arma do caçador furtivo é uma extensão do seu olho. Ele
mata com mau-olhado.

O voyeur é um masturbador, o espelho o seu emblema,
a janela sua prece

Filmes são coleções de retratos inanimados
submetidos a inseminação artificial.

Os espectadores são vampiros mansos

O xamã personifica a sessão. O pânico sensual,
deliberadamente suscitado por drogas, cânticos, danças,
lança o xamã no transe. Voz alterada,
gestos convulsivos. Está fora de si. Todos estes
histéricos profissionais, escolhidos precisamente pela sua
tendência psicótica, foram em tempo tidos em consideração. Punham
o homem em contato mediúnico com o mundo dos espíritos. As travessias
mentais deles asseguravam o eixo da vida religiosa da tribo.

(Jim Morrinson)


“Sempre fui atraído pelas idéias contra a autoridade.
Gosto das idéias referentes a quebra de sistema —
destronamento da ordem estabelecida.”
(Jim Morrison)

“Alguns nascem para o suave deleite,
outros para os confins da noite.
A única obscenidade que conheço é a violência”
(Jim Morrison)


"O voyeur é um masturbador,
o espelho o seu emblema,
a janela a sua prece."

(JIM MORRINSON)

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